Lágrimas de otimismo

Eu acabei de ler O Lado Bom da Vida. Pela décima quarta vez. Eu chorei como se ainda fosse a primeira e meus olhos estão inchados enquanto escrevo essa carta. 

A verdade é que eu sempre me senti um pouco Tiffany, tentando te consertar e tentando te fazer ver que Nikki não voltaria mais. Ao mesmo tempo que sempre me senti um pouco Pat, vendo o lado bom das coisas e esperando pelo final feliz, esperando que você se desse conta. 

Eu chorei porque eu te dei esse livro e você nunca o leu. Eu te dei como um pouco de mim, para que você entendesse o porque eu estava ali, o porque eu tinha ficado. A verdade é que eu tentava te consertar com todas as minhas forças.

Eu chorei com raiva de Nikki, por ela ter traído Pat e por compaixão a ele. Se as coisas não estavam boas, por que ela não disse a ele? Talvez eles pudessem fazer terapia de casal ou alguma coisa. Eu chorei com raiva, por Tommy ter morrido. Ele era um policial tão bom. Eu chorei com medo de que Tiffany e Pat não fossem ficar juntos, e chorei de novo quando eles ficaram. Porque eu sabia que um, era o encaixe perfeito do outro e que só ela poderia o entender.

E era isso. O final feliz deles. Eu não consegui o meu. Eu não consegui o nosso.

Eu queria te dizer, que tudo bem. Eu te perdoo. Eu desculpo você ser passivo agressivo, perdoo a sua falta de emoções e até mesmo todas as vezes que você foi injusto comigo. Me deixando de lado, me privando de tudo que eu sempre tive. Para tudo isso eu olho e digo: está tudo bem.

Mas se eu não consegui ter o final feliz ao seu lado, eu vou tentar continuar a olhar o lado bom das coisas, assim como Pat. Rui, essa é uma carta de amor. E uma carta de despedida. Eu espero que você entenda. O amor não acabou, ele apenas se esvaiu. 

E eu espero que você encontre o seu final feliz. Onde quer que seja, com quem quer que seja, o que quer que seja. E eu vou em busca do meu.

Trecho do livro Os Garotos, de minha autoria, ainda em fase do produção.

Agora sim...